A primeira edição do curso teve como objetivo a formação de estudantes em técnicas, ferramentas de jornalismo e empreendedorismo digital
Entre os dias 14 de março e 10 de maio, o Núcleo de Pesquisa, Extensão e Práticas Jornalísticas da Universidade do Tocantins (Nujor/UFT), a Organização Não-Governamental Conexão Lusófona e a instituição cabo-verdiana Universidade Jean Piaget (UniPiaget) realizaram o Curso da Rede Digital de Jornalismo Colaborativo.
Trata-se de uma formação totalmente gratuita oferecida pelos professores das duas universidades parceiras envolvidas na ação de capacitação. O objetivo foi promover o conhecimento sobre os países de língua portuguesa e discutir o conceito de Lusofonia numa perspectiva atual, diversa e global, além de criar redes de intercâmbio entre alunos e professores para o desenvolvimento de conteúdos digitais sobre os países, a partir de interesses em comum.
Experiência dos alunos
O estudante do oitavo período de jornalismo da UFT, Paulo Gualberto, diz ser um privilégio poder viver a experiência. “Orgulho por estar tendo uma experiência de algo que é a minha paixão (ao lado de Jornalismo), que é a Língua Portuguesa. Então, em todas aulas estou tentando dar o melhor para aproveitar cada experiência”, destacou.
Quando questionado sobre quais outros pontos em comum pretende fortalecer, Paulo ressalta a colaboração jornalística. “Se for unir esse tema (jornalismo digital) com o primeiro módulo, que é sobre a lusofonia, eu diria que a base do curso, e o que pretendo levar para a minha carreira, é a colaboração com outros jornalistas”, pontuou.
Paulo também deseja, após finalizar o curso, fazer um artigo ou ensaio, em colaboração com outros estudantes lusófonos para reforçar a experiência adquirida no curso. “Temos diversos eventos nacionais sobre comunicação e jornalismo. Acredito que devemos levar essa ‘bagagem’ que estamos adquirindo para pessoas da nossa área”, finaliza o aluno.
Hélica Vasconcelos, tem 24 anos e é formada em Ciências da Comunicação, com habilitação em Jornalismo pela Universidade Jean Piaget de Cabo Verde. A jornalista diz que decidiu participar do curso para ampliar seus conhecimentos sobre a lusofonia e sobre o jornalismo digital e colaborativo, auxiliando seu desempenho profissional, pois trabalha em um jornal on-line. “Para além da lusofonia, os outros pontos que pretendo fortalecer é a questão do jornalismo digital, no qual está mais por dentro da minha atual profissão e tenho expectativa em levar para o futuro”, destacou.
Hélica comenta que está tendo uma ótima experiência com o curso e espera que, ao terminar, possa desenvolver um trabalho sobre a lusofonia e o Jornalismo Digital. “Ao concluir o concurso os planos que tenho é desenvolver um trabalho mais aprofundado sobre a lusofonia e o Jornalismo Digital colaborativo, ou seja incutir essas experiências em outras vertentes do Jornalismo Cabo-verdiano”, almeja a jornalista.
Representantes falam sobre a parceria
Em 2017, foi realizada a primeira parceria. De lá para cá, só com a UFT já houve cerca de 4 edições. A professora do curso de jornalismo e representante da UFT, Lúcia Helena, explica que a intenção é que os alunos conheçam a realidade e as identidades dos países e que possam trabalhar seus pontos em comuns. “Reforçar a Democracia, os Direitos Humanos, a Diversidade Cultural em uma perspectiva descolonizadora e, lógico, empreendedora das carreiras desses futuros jornalistas”, frisou.
Lúcia também conta que, durante a pandemia, alargaram o projeto e firmaram a parceria com a Universidade Jean Piaget (UniPiaget). “Depois de muitas reuniões em confinamento, esperamos o momento propício para começar a nova versão do curso que chama-se Rede Lusófona de Jornalismo Colaborativo”, relembrou.
Ao final do curso, os alunos terão o Portal da Conexão Lusófona para publicarem seus trabalhos e fortalecerem a rede. A professora espera que, aos poucos, possam tentar parcerias com universidades que tenham o curso de jornalismo em outros países que falam a língua portuguesa como Guiné Equatorial, Moçambique, Timor Leste, Angola, Portugal e etc. “Para o Nujor e a própria UFT é a internacionalização do Curso de jornalismo, o que certamente ou, pelo menos, deveria receber avaliação mais positiva do MEC”, finaliza Lúcia.
Laura Vidal, representante da Conexão Lusófona, acredita que a parceria está entrando em uma fase de início da sua consolidação. A ideia é promover a capacitação, a troca de conhecimento e, também, proporcionar uma experiência social e cultural. “Essa parceria abraça diversas áreas desde a promoção do intercâmbio entre alunos, intercâmbio de professores e intercâmbio institucional entre as reitorias e coordenações dos cursos e seus centros de pesquisa”, destacou.
Laura explica que a ideia é que os alunos tenham a oportunidade de aprender e de praticar diferentes técnicas como a escrita jornalística para SEO, permitindo que seus conteúdos possam ser melhor ranqueados nas buscas do Google por exemplo. “Essas habilidades são cada vez mais exigidas no mercado de trabalho e são igualmente fundamentais para um projeto de empreendedorismo no mundo da comunicação, caso seja essa a opção profissional do aluno”, disse.
Para Laura, o curso é um projeto contínuo. Depois dessa edição, ela espera que ocorra outras melhoradas e com a participação de mais alunos e universidades. “Para além disso, queremos que os participantes não se fiquem apenas pela frequência do período de estudos do curso, mas que continuem sua prática na produção de conteúdos digitais sobre os países de língua portuguesa por quanto tempo quiserem”, almejou.
Ela complementa dizendo que os conteúdos poderão vir a ser publicados nos meios de comunicação das faculdades e, também, no próprio portal da Conexão Lusófona. “O objetivo é que esse projeto se traduza, antes de mais, em um laboratório de intercâmbio e de experimentação constante de novas mídias aplicadas à comunidade dos países de língua portuguesa”, esclarece Laura.
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